segunda-feira, 6 de junho de 2011

O Corvo ( Edgar Allan Poe )

Numa meia-noite agreste, quando eu lia, lento e triste,
Vagos, curiosos tomos de ciências ancestrais,
E já quase adormecia, ouvi o que parecia
O som de algúem que batia levemente a meus umbrais.
"Uma visita", eu me disse, "está batendo a meus umbrais.

É só isto, e nada mais."Ah, que bem disso me lembro! Era no frio dezembro,
E o fogo, morrendo negro, urdia sombras desiguais.
Como eu qu'ria a madrugada, toda a noite aos livros dada
P'ra esquecer (em vão!) a amada, hoje entre hostes celestiais -
Essa cujo nome sabem as hostes celestiais,
Mas sem nome aqui jamais!Como, a tremer frio e frouxo, cada reposteiro roxo
Me incutia, urdia estranhos terrores nunca antes tais!
Mas, a mim mesmo infundido força, eu ia repetindo,
"É uma visita pedindo entrada aqui em meus umbrais;
Uma visita tardia pede entrada em meus umbrais.
É só isto, e nada mais".E, mais forte num instante, já nem tardo ou hesitante,
"Senhor", eu disse, "ou senhora, decerto me desculpais;
Mas eu ia adormecendo, quando viestes batendo,
Tão levemente batendo, batendo por meus umbrais,
Que mal ouvi..." E abri largos, franqueando-os, meus umbrais.
Noite, noite e nada mais.A treva enorme fitando, fiquei perdido receando,
Dúbio e tais sonhos sonhando que os ninguém sonhou iguais.
Mas a noite era infinita, a paz profunda e maldita,
E a única palavra dita foi um nome cheio de ais -
Eu o disse, o nome dela, e o eco disse aos meus ais.
Isso só e nada mais.Para dentro então volvendo, toda a alma em mim ardendo,
Não tardou que ouvisse novo som batendo mais e mais.
"Por certo", disse eu, "aquela bulha é na minha janela.
Vamos ver o que está nela, e o que são estes sinais."
Meu coração se distraía pesquisando estes sinais.
"É o vento, e nada mais."Abri então a vidraça, e eis que, com muita negaça,
Entrou grave e nobre um corvo dos bons tempos ancestrais.
Não fez nenhum cumprimento, não parou nem um momento,
Mas com ar solene e lento pousou sobre os meus umbrais,
Num alvo busto de Atena que há por sobre meus umbrais,
Foi, pousou, e nada mais.E esta ave estranha e escura fez sorrir minha amargura
Com o solene decoro de seus ares rituais.
"Tens o aspecto tosquiado", disse eu, "mas de nobre e ousado,
Ó velho corvo emigrado lá das trevas infernais!
Dize-me qual o teu nome lá nas trevas infernais."
Disse o corvo, "Nunca mais".Pasmei de ouvir este raro pássaro falar tão claro,
Inda que pouco sentido tivessem palavras tais.
Mas deve ser concedido que ninguém terá havido
Que uma ave tenha tido pousada nos meus umbrais,
Ave ou bicho sobre o busto que há por sobre seus umbrais,
Com o nome "Nunca mais".Mas o corvo, sobre o busto, nada mais dissera, augusto,
Que essa frase, qual se nela a alma lhe ficasse em ais.
Nem mais voz nem movimento fez, e eu, em meu pensamento
Perdido, murmurei lento, "Amigo, sonhos - mortais
Todos - todos já se foram. Amanhã também te vais".
Disse o corvo, "Nunca mais".A alma súbito movida por frase tão bem cabida,
"Por certo", disse eu, "são estas vozes usuais,
Aprendeu-as de algum dono, que a desgraça e o abandono
Seguiram até que o entono da alma se quebrou em ais,
E o bordão de desesp'rança de seu canto cheio de ais
Era este "Nunca mais".Mas, fazendo inda a ave escura sorrir a minha amargura,
Sentei-me defronte dela, do alvo busto e meus umbrais;
E, enterrado na cadeira, pensei de muita maneira
Que qu'ria esta ave agoureia dos maus tempos ancestrais,
Esta ave negra e agoureira dos maus tempos ancestrais,
Com aquele "Nunca mais".Comigo isto discorrendo, mas nem sílaba dizendo
À ave que na minha alma cravava os olhos fatais,
Isto e mais ia cismando, a cabeça reclinando
No veludo onde a luz punha vagas sobras desiguais,
Naquele veludo onde ela, entre as sobras desiguais,
Reclinar-se-á nunca mais!Fez-se então o ar mais denso, como cheio dum incenso
Que anjos dessem, cujos leves passos soam musicais.
"Maldito!", a mim disse, "deu-te Deus, por anjos concedeu-te
O esquecimento; valeu-te. Toma-o, esquece, com teus ais,
O nome da que não esqueces, e que faz esses teus ais!"
Disse o corvo, "Nunca mais"."Profeta", disse eu, "profeta - ou demônio ou ave preta!
Fosse diabo ou tempestade quem te trouxe a meus umbrais,
A este luto e este degredo, a esta noite e este segredo,
A esta casa de ância e medo, dize a esta alma a quem atrais
Se há um bálsamo longínquo para esta alma a quem atrais!
Disse o corvo, "Nunca mais"."Profeta", disse eu, "profeta - ou demônio ou ave preta!
Pelo Deus ante quem ambos somos fracos e mortais.
Dize a esta alma entristecida se no Éden de outra vida
Verá essa hoje perdida entre hostes celestiais,
Essa cujo nome sabem as hostes celestiais!"
Disse o corvo, "Nunca mais"."Que esse grito nos aparte, ave ou diabo!", eu disse. "Parte!
Torna á noite e à tempestade! Torna às trevas infernais!
Não deixes pena que ateste a mentira que disseste!
Minha solidão me reste! Tira-te de meus umbrais!
Tira o vulto de meu peito e a sombra de meus umbrais!"
Disse o corvo, "Nunca mais".E o corvo, na noite infinda, está ainda, está ainda
No alvo busto de Atena que há por sobre os meus umbrais.
Seu olhar tem a medonha cor de um demônio que sonha,
E a luz lança-lhe a tristonha sombra no chão há mais e mais,
Libertar-se-á... nunca mais!

sexta-feira, 3 de junho de 2011

Diferença: Emo vs Gótico

Emos costumam ser sensíveis e afetuosos.
Góticos são discretos e conservados.


Emos são pessoas que demonstram seu afeto em público
Góticos preferem desmonstrar seu afeto em silêncio.


Emos gostam de roupas com estampas de estrelinha, corações...
Góticos usam roupas básicas, discretas e escuras.


Emos não gostam de ir ao cemitério
Góticos em sua maioria sempre frequentam o cemitério


Emos em sua maioria chamam os amigos de "miguxos, "marida", e onde os encontra, os abraça e os enche de beijos
Góticos chamam seus amigos pelo nome correto ou algum apelido e quando os encontra apenas toca em sua mão ou dá um leve abraço discreto.


Emos usam nicks de orkut, msn como: "Srtª, Srt º, Mister, etc.
Góticos usam nicks de orkut, msn como: "Mestre, Lord, Lady


Emos usam All star, Nick, e outros derivados.
Góticos usam coturno ou algum tênis preto.


Emos assistem filmes ou séries como: Camp Rock, Animes, Filmes de romance ou desenho animado
Góticos assistem filmes ou séries como: Filmes de terror, drácula e teatro.


Emos em sua maioria choram bastante quando se sentem tristes
Góticos preferem sofrer calados em silêncio.

Fonte: http://riscamodel.blogspot.com/2011/04/grande-diferenca-entre-emos-e-goticos.html

quinta-feira, 2 de junho de 2011


INSEGURANÇA


É medo da perda, solidão, desprezo,
É indiferença, saudade, desapego.
É ficar ao lado do telefone na esperança de você ligar,
É esperar que você me entenda, sem me julgar.
É ficar sem teu sorriso a me alentar.
É dormir abraçado ao teu retrato manchado com meu chorar.
É me sentir sozinho mesmo quando estou a te abraçar.
É te perder todo dia sem te encontrar.
É saber que você é meu sem te merecer.
É te odiar e te amar ao mesmo tempo.
É buscar o teu olhar perdido na imensidão do mar.
É sofrer pelas palavras ditas sem pensar.
É ter ciúme das pessoas que podem te roubar.
É ter medo de te magoar sem você merecer.
É merecer sofrer quando não consigo te entender.
É te julgar pelo o que eu não entendo.
É não saber o que você tem no seu coração.
É não respeitar o teu espaço.
É querer ser o que você mais precisa.
É precisar de você sempre, e sempre não te encontrar.
É estar com você quando sozinho eu deveria estar.
É esta maldita insegurança que insiste em nos separar.
É saber que o que me aflinge, também é o teu pesar.
É sermos inseguros e vivermos sem nos encontrar,
E mesmo assim nos amar e insistir neste vagar.
É ser inseguro, sem o motivo importar.
É querer morrer se eu não confiar.
É te querer mesmo assim, mesmo se nada mudar.
É saber que você me ama, e te amando inseguro,
Te amando inseguro assim sempre será.
               (Dario, Reflexões Pessoais).
              

O último incêndio aumentará por trás desses olhos. A casa negra irá ruir. Garotos cegos não mentem. Medo imortal. Essa voz tão clara. Através das paredes quebradas. Que ouço quando gritam. Chore pequena irmã (tu não deves cair). Venha, venha até seu irmão (que tu não deves morrer) .Desacorrente-me irmã (tu não deves temer). Amor é com seu irmão (que tu não deves matar). Máscara azul. Estranhos estão olhando. Quando será que eles aprendem esta solidão? Tentação quente. Bate como um tambor.fundo nas suas veias. Não vou mentir pequena irmã (tu não deves cair). Venha, venha até seu irmão (que tu não deves morrer). Desacorrente-me irmã (tu não deves temer). Amor é com seu irmão (que tu não deves matar) .Meu shangrila Não posso esquecer. Por que você era minha. Eu preciso de você agora. Chore pequena irmã (tu não deves cair). Venha, venha até seu irmão (que tu não deves morrer). Desacorrente-me irmã (tu não deves temer). Amor é com seu irmão (que tu não deves matar). Chore pequena irmã (tu não deves cair). Venha, venha té seu irmão (que tu não deves morrer). Desacorrente-me irmã (tu não deves temer). Amor é com seu irmão (que tu não deves matar). Chore pequena irmã (tu não deves matar).